QUASE
Quase
trago a certeza de que o corpo
precisa voar —
um pássaro e um canto,
um passo, uma queda,
uma queda e um provável voo.
Há um pássaro e um canto,
assustado em passo e em queda,
esperada queda — e o instante:
voo de um provável abismo.
Há um pássaro de duras penas,
várias asas, várias quedas,
voos — outras quedas.
Duras penas, vagões enormes,
e muitas asas.
Há um pássaro — e o redescobrir.
E, em meio a tantas quedas,
um voo sempre por vir.
Por que o medo das asas?
Por que o medo das aves
que estão em vocês?
Por que o medo de voar,
se é no voo
que me encontro?
03/05/2019, 12:58:00